A preferência por produtos locais e orgânicos, produtos sazonais, e agricultura sustentável alinhada com preocupações ecológicas, já existiam antes da crise do Covid-19 mas a tendência foi acelerada.
Hoje, vivemos num tempo extraordinário, onde tentamos mudar o paradigma da sociedade, de uma forma global e como nunca foi feito até à data. O paradigma de desenvolvimento clássico focado apenas no crescimento económico, já não chega.
Precisa de ser mais expansivo, mais maduro e precisa de incluir aspectos mais subjetivos como o bem estar social e ambiental, cruciais à felicidade humana e à sua sustentabilidade enquanto espécie.
Na maioria do mundo, a alimentação é fundamental para a sua forma de vida e garantir um sistema alimentar sustentável é crucial para uma sociedade próspera e justa.
“A preferência por produtos locais e orgânicos, produtos sazonais, agricultura sustentável, novas práticas alinhadas com preocupações ecológicas já existiam antes da crise do Covid-19 mas a tendência foi bastante acelerada.” (1)
Durante o Covid-19, muitos consumidores tomaram conhecimento de que certos produtos eram importados do outro lado do mundo e foram-se convertendo a novos hábitos e decisões de consumo, enquanto outros aumentaram seu grau de compromisso existente.
O desejo por produtos saudáveis, frescos e enriquecidos com vitaminas também existia antes da pandemia, mas neste período os consumidores viram-nos como uma forma de fortalecer suas defesas imunológicas.
“Os consumidores procuram ideias e fontes de inspiração em todas as áreas: encontrar produtos saudáveis e saborosos, adaptar pratos a novos sabores ou individualizar porções.” (2)
O prazer e a saúde não se opõem aos olhos dos consumidores, pelo contrário. Receitas de hambúrgueres vegetarianos, pizzas de vegetais e até saladas de lentilha com carnes magras são soluções para novos tipos de expectativas de saúde.
Essa dupla expectativa, que produtos que sejam naturais e por serem mais naturais e saudáveis, ajudem a proteger das vulnerabilidades, não tem motivo para abrandar mas pelo contrário acelerar, porque é uma mudança ecológica e psicológica.
Sabe mais sobre a história e as vantagens de consumir local e como na Clevermeals contribuímos para uma cadeia de abastecimento mais curta e decisões de consumo mais sustentáveis.
A existência de um circuito curto da chamada “horta até à mesa” só tem vantagens. Seja pela proximidade entre produtor e consumidor, eliminação de intermediários no sistema, distância percorrida pelos alimentos bem mais curta, sendo também isso benéfico para o ciclo de vida dos alimentos.
Consumir local, envolve a colaboração de inúmeros agentes, quer sejam a rede de produtores, os empresários, os consumidores e mesmo as autarquias.
Mas consumir o que é nosso, comprar o que é nosso, dá valor às vidas e é tão mais sustentável para o planeta. Em conjunto, vamos fazer mais escolhas inteligentes? Este é o desafio. Aceita-o?
Farm to Table (ou da Horta Para A Mesa)
Resumindo e simplificando, este é um movimento social que surge bem anteriormente, nos anos 70 e que pretende promover o consumo de tudo o que é produzido localmente, quer seja nos restaurantes desse mesmo território, quer seja mesmo nas cantinas escolares, havendo um sistema de economia circular em ação e uma aquisição direta ao produtor.
São, como já referimos, muitos os agentes económicos que fazem este sistema funcionar, mas a ideia base que faz mexer este movimento é, sem quaisquer dúvidas, o saber de onde vêm os produtos que consumimos.
Este movimento é contemporâneo à tal mudança de pensamento e ao tal despertar de consciências sobre alimentação, segurança alimentar, frescura e sazonalidade dos produtos e defesa e apoio aos pequenos produtores locais.
E quais foram as principais motivações para que este movimento ganhasse adeptos e fosse crescendo?
Sustentabilidade da Economia Local
Ao consumir o que é produzido localmente, a poucos kms da sua casa, está a ser parte integrante de um sistema de abastecimento de alimentos a uma microescala, preservando a qualidade efetiva do produto, a exclusão de necessidade de transporte das mercadorias de região para região ou de país para país e garantindo a sua própria identidade. Imagine: é do Algarve e vai consumir laranjas desse mesmo território. Faz todo o sentido que assim seja. O que não faria sentido era o consumo desse mesmo fruto oriundo de um outro qualquer país europeu. Pensar e agir localmente é algo que está nas nossas mãos;
Preservação do Meio Ambiente
Certamente já terá ido a uma superfície comercial e ter-se-á cruzado com Pêssegos do Paraguai. Até podem, à primeira vista, ter bom aspeto. Mas faça este exercício conosco: pare para pensar. Até chegar ao nosso carrinho de compras, que voltas é que este produto deu? O que foi necessário para que ele chegasse até nós? Quantos recursos foram consumidos desmesuradamente? E quanta poluição produzida? E será que os pêssegos produzidos localmente não são bem mais característicos e saborosos?
Preservação da Identidade e de quem somos
O que é nosso é bom – comer local é um contributo inequívoco para ser assegurado um nível de auto aprovisionamento ou auto consumo pela agricultura de baixa escala. Daí a importância dos mercados de proximidade, mercados diários municipais, por exemplo, que estão repletos de expositores e produtores locais que vendem os seus produtos, normalmente a preço mais baixo e garantem assim a alimentação de populações residentes nas proximidades das suas áreas de produção. Porque comprar o que é nosso vale a pena e pode fazer a diferença;
Ateste por si – Sabor e Qualidade garantidos
Faça a comparação: um produto hortícola vs o mesmo produto comprado num hipermercado. Tem o mesmo sabor? Que caraterísticas os separam? O produto hortícola do híper foi produzido fora da época, num ambiente controlado como uma estufa, levou fertilizantes e matérias que lhe aceleraram o crescimento, outras tantas para ficar com uma cor aprazível, não tendo contudo textura e sabor. Um produto hortícola que venha diretamente do produtor tem um ciclo que obedeceu às diferentes e naturais fases de crescimento do produto e pode muito bem não ser a pêra ou o tomate mais bonitos da horta, mas em termos de sabor superam completamente os outros produtos. O processo também é simples de entender – o produtor detêm a sementeira de ano para ano, garantindo assim que os seus produtos continuam a ter a mesma qualidade e que herdarão património genético que irá ser apreciado pelos consumidores. O tal saber exatamente aquilo que ingerimos e que tanta diferença faz.
Slow Food
Por volta de 1986, em Itália, Carlo Petrini fundou uma organização que promovia a comida local e a cozinha tradicional e típica.
Queria vingar enquanto alternativa ao fast ou junk food, procurando preservar a culinária regional, ao mesmo tempo que contempla o incentivo ao cultivo e à criação animal, característicos do ecossistema local.
Havia aqui um interesse claro e bem explícito – a promoção inequívoca dos pequenos negócios, estando ao lado de tudo o que fosse mais sustentável.
A aposta e realce da qualidade dos alimentos é força motriz deste movimento pela alimentação.
A missão do Movimento Slow Food é revelar-nos como podemos aproveitar e desfrutar do verdadeiro prazer de fazer e comer.
Recorda-nos ainda de como a alimentação é essencial para a busca de uma vida feliz e satisfatória.
Os adeptos do movimento descartam por completo a forma como o fast food é feito e comido, sem se importar com fatores prazerosos como o sabor, a textura e a apresentação.
O movimento quer ressuscitar os hábitos que recordamos da nossa infância, como a reunião familiar à mesa, para conversar, conviver e bem comer.
Como Começou o Slow Food?
Nesse mesmo ano, a primeira loja McDonald’s instalava-se em Roma, nama das zonas mais centrais da cidade.
Esta situação motivou uma onda de insatisfação e um protesto foi planeado. Mas o jornalista Carlo Petrini pensou que fazer apenas uma manifestação não seria suficiente. Era necessário algo mais impactante.
Carlo e alguns amigos decidiram assim juntar-se aos manifestantes com tigelas de macarrão que distribuíram a quem passava. E porquê massa?
Porque era caraterística. À medida que acompanhavam a manifestação, gritavam: “Não queremos fast food. Queremos slow food!”
E assim a massa foi símbolo de um movimento, opondo-se ao fast food por aquela marca alimentar que queria agigantar-se e invadir o mundo.
Objetivos Do Movimento Slow Food
Dos vários propósitos deste movimento, destacam-se os seguintes:
- Educar os consumidores no sentido de lhes demonstrar os riscos da ingestão de fast food, cuidando assim da promoção do que é a alimentação de verdade;
- Investigar e estudar a produção alimentar, especialmente de tudo o que seja artesanal e típico;
- Encorajar a compra dos mais diversos produtos em mercados locais;
- Ensinar jardinagem em estabelecimentos de ensino e em estabelecimentos prisionais, ajudando na educação para uma alimentação mais regrada e inserção dos segundos no mercado de trabalho;
- Criar lobbies contra o financiamento governamental da engenharia genética e contra o uso de pesticidas;
- Reunir todos os esforços para a inclusão de propostas governativas que sejam assentes em respostas conscientes para uma política agrícola sustentável e que preserve as pequenas e médias produções locais;
- Preservar e promover os produtos alimentares locais e tradicionais, as suas sementes, os animais domésticos e os métodos de cultivo da própria região, juntamente com as suas histórias, raízes e dicas de confeção;
- Organizar eventos que celebrem a cozinha típica tradicional;
- Constituir bancos de sementes para preservar a riqueza de produtos orgânicos.
Promover o local, demonstrando os malefícios que tudo o que é fast causa na nossa saúde e na nossa vida – esta era a base de ação deste movimento que ainda hoje tem cerca de 150 mil membros efetivos, com representatividade em cerca de 160 países. A máxima é: o que é local é bom!
Farm to Fork – O Pacto Ecológico Europeu
Porque as ameaças do Aquecimento Global eram uma realidade e não apenas um pesadelo, foram articuladas pela Comissão Europeia, uma série de políticas e estratégias com vista a reduzir a emissão de gases e a estimular as inovações, “reconciliando assim a economia com o planeta”.
E quais foram os principais pontos focados neste Pacto?
Divulgado por Ursula von der Leyen, em 11 de dezembro de 2019, focava-se essencialmente nos seguintes aspectos:
- Fomento da economia circular, promovendo a reciclagem e a economização do uso de recursos;
- Resultado zero em termos de emissão de gases de estufa até ao ano 2050 no espaço europeu, bem como zerar a emissão de outros gases poluentes e substâncias tóxicas até ao mesmo ano;
- Mudança do que está padronizado em termos de agricultura no que diz respeito ao uso de fertilizantes, pesticidas ou outros produtos químicos;
- Proteção da biodiversidade, como sejam as florestas;
- Redução efetiva da poluição do ar e da água;
- Abolição do recurso a combustíveis fósseis no setor dos transportes e estimular a inovação com a criação de meios alternativos de mobilidade que recorram a biocombustíveis renováveis, eletricidade ou hidrogénio;
- Aposta na mobilização de recursos financeiros para investigação e pesquisa cientifica.
Estratégia Farm to Fork – por alimentos europeus mais saudáveis e mais sustentáveis
Em maio do ano seguinte, a Comissão Europeia apresentava a estratégia Farm to Fork – do prado ao prato, como um dos pontos fortes do Pacto Ecológico Europeu. O objetivo máximo será sempre passar do atual sistema alimentar da EU para um modelo mais sustentável.
Quais os objetivos da estratégia?
- Priorizar a segurança alimentar;
- Promover o bem-estar animal;
- Combater a fraude alimentar ao longo da cadeia de abastecimento;
- Reduzir e combater para metade o desperdício alimentar;
- Assegurar alimentos suficientes para as necessidades, nutritivos e a preços aceitáveis dentro dos limites do próprio planeta;
- Criação de rótulos de sustentabilidade alimentar;
- Reduzir para metade o recurso a pesticidas e fertilizantes até 2030;
- Tornar ecológica 25% da agricultura da EU até ao mesmo ano;
- Canalizar 10 mil milhões de euros para a área da investigação cientifica e inovação;
- Promover um consumo alimentar e regimes alimentares mais clever, logo mais saudáveis e sustentáveis.
Acredita-se evidentemente que o salto para um sistema alimentar que seja mais respeitador do ambiente irá gerar novas oportunidades de negócio e um impacto mais positivo neste setor em particular, e no meio ambiente à escala global.
Um sistema alimentar mais sustentável ajudará também na proteção da natureza e da biodiversidade da Europa.
A estratégia Farm to Fork – F2F está alinhada com a Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030, tendo as duas propostas sido apresentadas como complementares.
O que isto significa para o futuro da alimentação na Europa?
Este é um caminho cheio de ambição com vista a chegarmos a um lugar que é essencialmente um sistema alimentar mais sustentável. Esta é a meta de toda a estratégia.
No entanto, para que a estratégia se torne um verdadeiro sucesso, vários desafios devem ser superados.
Um desafio fundamental na implementação da estratégia é que a Comissão ainda não definiu claramente o conceito e os princípios gerais de sistemas alimentares sustentáveis.
Sem uma compreensão compartilhada desse conceito multidimensional, é difícil formular objetivos coerentes, uma abordagem sistémica apropriada e compromissos claros e concretos necessários para todas as partes interessadas.
Outro grande desafio é que a estratégia F2F estabelece algumas metas claras a serem alcançadas até 2030 em algumas áreas (por exemplo, uso de pesticidas e agricultura orgânica), mas as metas são menos concretas em outras áreas.
A F2F também enfrentou duras críticas por não abordar temas como técnicas de edição de genes e biotecnologia.
Além disso, foram levantadas preocupações sobre a falta de ambição entre os Estados Membros para traduzir a estratégia F2F em legislação e, posteriormente, em planos de ação.
O envolvimento e o compromisso de todas as partes interessadas, incluindo produtores, outros agentes económicos e consumidores de alimentos europeus, são cruciais para implementar com sucesso a estratégia e fazer uma mudança realmente sustentável no sistema alimentar europeu.
Uma vez que um grande número de diferentes etapas de ação de habilitação está planeado ser concluído até 2024, ainda há muito trabalho a ser feito.
Será necessário um forte compromisso dos Estados-Membros da UE, coordenação a vários níveis entre a UE e os governos dos Estados-Membros, com mais e melhor cooperação para garantir que a Estratégia Farm to Fork da UE desbloqueie todo o seu potencial.
E há que pensar também no futuro. Em 2050, o mundo terá 10 biliões de pessoas para alimentar.
Certamente, iremo-nos deparar com problemas climáticos, ambientais ou de saúde publica, sendo dos maiores desafios da história humana.
Como iremos alimentar toda essa população mundial sem desgastarmos mais o planeta?
É esse o desafio que tem levado à mudança de paradigma já desde o Farm to Table até ao Farm to Fork.
Tem sido uma jornada em busca de respostas para um trilho mais sustentável e robusto, com o estabelecimento e a estandardização de regimes alimentares mais eco-friendly e que possam garantir a nutrição e a saúde das pessoas e do ambiente.
É Trendy Comer E Consumir Local?
Sim, de facto, está na moda comermos e consumirmos o que vem diretamente do produtor, mas o processo foi evolutivo. E aconteceu porquê?
Porque também as nossas opções de regime alimentar mudaram. Sabe-se hoje que 42% da população mundial é flexitariana e isto diz muito sobre a evolução dos tempos.
Aliás, até desconfiamos que você também é. O vegetarianismo, o flexitarianismo e o que estas filosofias de vida acarretam, nomeadamente as preocupações ambientais crescentes, a atenção especial à saúde individual de cada um, fizeram com que nos preocupássemos necessariamente com aquilo que ingerimos diariamente.
Certo é que também os restaurantes que hoje em dia, são amigos e clientes desta produção agrícola local acabam por ser também evidentemente muito mais procurados, porque todos sabemos que as melhores receitas surgem também quando combinamos os ingredientes mais frescos e saudáveis, sem corantes, aditivos ou conservantes.
E não são só os chefes de cozinha que se deixam influenciar por estes sabores de exceção. Também a nossa forma de cozinhar se deixou influenciar por esta onda ou movimento de consumo positivo.
Da próxima vez que for ao mercado e comprar uma alface fresca e ainda com terra, vinda do produtor, o senhor agricultor que conhece desde pequeno ou da próxima vez que visitar um restaurante que utilize na confecção só produtos locais, irá entender a diferença e o caminho extenso que percorremos até chegar aqui – a este estilo de consumo bem mais inteligente e saudável, baseado em escolhas conscientes e sustentáveis.
Dicas Clevermeals Consumir Local e Sustentável
Agora que temos noção dos porquês que nos conduzem à necessidade de mudança de atitude, há que contribuir para um planeta mais sustentável, e um dos passos determinantes é mesmo através da alimentação.
Tome notas nestas dicas que lhe damos para comprar conscientemente, fazendo escolhas mais saudáveis por um planeta melhor e pela dinamização da economia local, que tanto necessita, especialmente depois dos períodos conturbados que vivemos:
Tome atenção à origem
Se já era sua iniciativa a leitura de rótulos por causa dos valores nutricionais, procure sempre se aquilo que consome é nacional, ou ainda melhor regional ou local. Se o produto vier das proximidades, o impacto da produção e do transporte no ambiente e na qualidade dos produtos que adquire será bem melhor. Reforçamos o slogan: “compre local, compre o que é nosso”;
Prefira a frescura
Se for fresco, ainda estiver com vestígios de terra ou se conhecer o produtor, saberá que o circuito entre a produção e você, o cliente, é bem mais curto. Isto faz com que a sua pegada ecológica será menor e o impacto ambiental da atividade agrícola consequentemente também será menor. E consumir frescura e sabor, no fundo sabe bem melhor;
Opte por produtos da estação
Quem nunca viu à venda em supermercados melancias em novembro? Que qualidades se adivinha terem aqueles alimentos? Certamente terão sido produzidos no estrangeiro ou são resultado de “experiências” de produção que visa apenas a venda e não a qualidade do produto. Ao preferir produtos da época, estará a respeitar o meio ambiente e os seus ciclos naturais. Desta forma, não serão usados agentes que impulsionam o crescimento ou conservantes. Estes produtos agrícolas, se nascidos e desenvolvidos na sua própria época, terão outra textura e frescura, que lhes conferem a qualidade que tanto almejamos quando queremos combiná-los com outros artigos à mesa. Não se preocupe se não sabe as épocas de plantação e colheita de certos alimentos. Existe informação disseminada pela internet e ainda hoje, o Borda D’Água constitui um almanaque informativo muito completo;
Tenha as suas sacolas e use apenas embalagens sustentáveis
Plástico está completamente fora de moda. É poluente e o seu tempo de degradação é imenso para continuarmos a usar sem pensarmos na sustentabilidade do planeta. Mas nós, não precisamos de plástico nas nossas vidas. Ao comprar legumes e frutas, podemos usar as nossas próprias sacolas. Prefira compras a granel e sempre que comprar no comércio e na produção local, faça as suas compras com embalagens reutilizáveis, como sejam as bolsas em algodão ou tecido. Depois, só terá de acondicionar tudo o que comprou e lavar esses materiais. Ficam logo prontos a serem reutilizados. Caso tenha mesmo de usar plástico ou tenha de adquirir algo que venha embalado em plástico, recicle. Importa continuarmos a pensar no futuro;
Dê feedback
É relevante para quem produz, que saiba se os seus produtos vão ao encontro das expetativas dos seus clientes. Enquanto pessoas que procuramos os melhores ingredientes, devemos e podemos construir uma relação estreita e de proximidade com os agentes locais de produção. Ao certificarmos se têm ou não qualidade aquilo que produzem e vendem, estamos a ajudá-los a melhor a qualidade e a fazer um rastreamento dos produtos locais.
Seja um agente de consumo local
Não podemos esperar que sejam apenas as regiões a resolver este tipo de promoção e divulgação da produção ou do comércio local. Nós, enquanto consumidores e pessoas ativas na comunidade, passando a mensagem da importância para a nossa saúde, para a redução da pegada ecológica e para a importância do apoio as pequenos e médios produtores, que tanto aos seus negócios em prol da valorização dos seus produtos.
Sendo certo que muitas entidades locais, públicas ou privadas, promovem que devemos comprar local ou dinamizam concursos, sorteios e outras formas de marcarem as suas agendas políticas, nós enquanto cidadãos comuns, podemos igualmente agir. Mas como? Deixamos-lhe algumas formas de ação:
- Ser influenciador local – As redes sociais são cada vez mais procuradas para difusão de informação. Promova e divulgue as boas práticas de produção e bons produtores, fazendo publicações, partilhando os seus conteúdos e colocando gostos. Parece um gesto simples, mas como importa;
- Sempre que possa, compre mesmo aquilo que fica quase a pé da sua porta. A promoção de circuitos curtos de abastecimento faz diferença, porque é menos poluente, são precisos menos recursos para chegar até nós e os produtos mantêm as suas propriedades e frescura;
- Estimule a organização de pequenas feirinhas ou mercados de produtos locais. Se as juntas ou câmaras da sua terra não o fazem, seja você mesmo o impulsionador deste tipo de iniciativas. Peça apenas o espaço, trate das burocracias necessárias e depois é só divulgar amplamente para que seja mais um momento de exposição dos produtores e seus produtos, a par de um momento de compras e vendas de qualidade. Aqui é fulcral que conheça a legislação para organização deste tipo de eventos para que não incorra em multas desnecessários e esteja tudo em conformidade;
- Estimule os produtores a organizarem atividades nos seus espaços agrícolas – pequenas festas, provas de vinhos, dias abertos em que os locais poderão conhecer desde o momento de produção à colheita, workshop de como adaptar esses alimentos a confeções e a bons pratos de “arregalar o olho” ou mesmo voluntariado jovem.
Impacto Clevermeals
Na Clevermeals somos pelas pessoas, pelo planeta e pela prosperidade e move-nos o propósito de mudar o mundo, através de um estilo de vida saudável e de escolhas de consumo mais sustentáveis.
Sabemos que o paradigma de desenvolvimento clássico focado apenas no crescimento económico, já não chega.
Precisamos de um conceito mais expansivo, mais maduro e que inclua metas mais qualitativas como o bem estar social e ambiental, cruciais à felicidade humana e à sua sustentabilidade enquanto espécie.
Achamos que devemos celebrar este tempo extraordinário em que vivemos, onde tentamos mudar o paradigma da sociedade de uma forma global, para progredirmos de forma integrada nas três dimensões fundamentais de um desenvolvimento sustentável: pessoas, planeta e prosperidade.
Mas Alimentação é Sustentabilidade?
Sim! A alimentação saudável é um elemento importante nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas que convocam governos, empresas e indivíduos a contribuir para uma sociedade justa, igualitária e sustentável.
“A alimentação saudável está no topo da agenda política e social, também porque a produção de alimentos é uma das alavancas mais fortes para a sustentabilidade ambiental.” (1)
Também vemos isso refletido no Green Deal da União Europeia para alcançar um futuro circular e sustentável até 2050. Para os cidadãos europeus, a alimentação é fundamental para o seu modo de vida e garantir um sistema alimentar sustentável é crucial.
A Estratégia Farm to Fork oferece aos Estados-Membros da UE uma estrutura política forte e integrada para redesenhar seus sistemas alimentares e repensar o uso dos solos, o papel do gado e fornecer dietas saudáveis e sustentáveis.
O que é a Clevermeals?
Somos uma startup #foodtech, ou seja, uma startup que une, literalmente, a alimentação (food) e a tecnologia (tech).
Foodtech?
Foodtech é um ecossistema de impacto, formado por empreendedores e startups ligados à alimentação que pretendem inovar a produção, distribuição, marketing e modelos de negócio, abrangendo toda a cadeia de valor, da produção ao consumo.
É um setor emergente que usa a tecnologia para aumentar a eficiência e sustentabilidade desde a produção, à escolha e consumo de alimentos.
Qual é contributo da Clevermeals?
Na Clevermeals temos como missão, impactar e capacitar escolhas saudáveis do consumidor. Queremos democratizar o conhecimento e o acesso do consumidor a uma alimentação saudável, positiva e amiga do planeta.
Porquê?
Sabemos que o consumidor quer saber como comer mais saudável, mas como? Como se divertir? Como melhorar os momentos passados juntos em torno de uma refeição? Onde encontrar produtos crus, bem rotulados e fáceis de cozinhar? Como fugir da junk food?
No entanto, o objetivo de uma alimentação saudável não é tão simples quanto parece. Os alimentos variam muito em nutrientes e energia, o marketing alimentar reforça mitos errados e muitas vezes nossas escolhas ainda são baseadas no sabor e no preço, mais do que na saúde.
“As pessoas precisam de contexto e informação para tomar decisões conscientes e equilibradas em relação à alimentação diária mas a realidade é que muitas pessoas não têm esse conhecimento.” (2)
Como o fazemos?
Com conteúdos e ferramentas! Os melhores conteúdos de nutrição saudável e as ferramentas digitais que vão simplificar o teu dia a dia e um estilo de vida saudável e positivo.
“Os consumidores querem ter mais controlo da sua alimentação. As marcas alimentares, precisam ajudar os consumidores a tomar decisões confiantes que proteger a sua saúde e a saúde do planeta.” (3)
Cozinhar é uma tarefa diária adicional a realizar e pode tornar-se um fardo mental. Na Clevermeals ajudamos os consumidores a libertarem-se.
Só com conteúdo e tecnologia conseguimos estar sempre presente ao lado do consumir, para apoiar a sua viagem a desde a inspiração e planeamento alimentar, até à lista de compras.
Inovação Social
A Clevermeals recebeu a qualificação de Iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social (IIES), atribuída em exclusivo pela Estrutura de Missão Portugal Inovação Social.
“O projeto é alicerçado numa solução tecnológica multidimensional na sua ação, que visa disponibilizar conteúdos e tecnologias específicos relativos a nutrição, com o intuito de promover hábitos alimentares saudáveis e simplificar o planeamento alimentar das famílias.”
A dinâmica do projeto resulta da sinergia entre 2 vetores: conteúdos e tecnologia, com vista à mudança comportamental das famílias, crianças e jovens de Portugal, que são o seu público-alvo de impacto.
Enquanto solução digital agrega pequenos produtores, pequenos retalhistas e consumidores, promovendo uma articulação direta entre eles com o objetivo de promover cadeias de consumo mais curtas e mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e da saúde pública.
A proposta de intervenção apresenta um modelo com inovação na medida em que agrega por via digital, por isso com grande abrangência face às características comportamentais do grupo alvo face à obtenção de informação, conteúdos, planeamento alimentar e decisões de consumo.
Complementarmente, promove negócio e por conseguinte melhoria de condições de vida de criadores de conteúdos, pequenos produtores alimentares e marcas independentes cuja área de negócio esteja relacionada com a temática do projeto.
“A solução proposta tem potencial de promover impactos sociais positivos no grupo social identificado, gerando também impactos positivos laterais (spillovers).”
Resumindo…
A alimentação tem um papel social e cultural fundamental e garantir um sistema alimentar sustentável é crucial para uma sociedade próspera e justa.
A preferência por produtos locais e orgânicos, produtos sazonais, agricultura sustentável e novas práticas alinhadas com preocupações ecológicas tem sido acelerada, pelo desejo por produtos saudáveis, frescos e enriquecidos com vitaminas.
Na Clevermeals temos como missão, impactar e capacitar escolhas saudáveis do consumidor, queremos democratizar o conhecimento e o acesso do consumidor a uma alimentação saudável, positiva e amiga do planeta.
Sabemos que as pessoas precisam de contexto e informação para tomar decisões conscientes e equilibradas em relação à alimentação diária mas a realidade é que muitas pessoas não têm esse conhecimento. Por isso desenvolvemos conteúdos e ferramentas. Os melhores conteúdos de nutrição saudável e as ferramentas digitais que vão simplificar o teu dia a dia e um estilo de vida saudável e positivo.
O Diretório Clevermeals é uma dessas ferramentas. É o teu guia nacional dos produtores locais e dos produtos sazonais, para uma cadeia de abastecimento mais curta e decisões de consumo mais sustentáveis.
Sabemos que os consumidores querem ter mais controlo da sua alimentação e somos o parceiro que ajuda os consumidores a tomar decisões confiantes que proteger a sua saúde e a saúde do planeta.
A apoiar a economia local é uma atitude sustentável. Saiba mais sobre o que nos move na Clevermeals lendo o nosso artigo Sustentabilidade: Impacto Clevermeals.
💡 Dica
As ferramentas digitais Clevermeals – Livro De Receitas, Plano Semanal e a Lista de Compras foram desenhadas para organizar a sua alimentação de forma inteligente e sustentável.
Registe-se e junte-se aos milhares de utilizadores Clevermeals que já poupam tempo e reduzem o desperdício. Vai ver que a sua carteira e o ambiente agradecem!
(1) IPSOS – Food Revealing Trends, 2022; (2) IPSOS – Eating Well, 2022; uromonitor – Going Plant Based, 2020; (2) Euromonitor – Health and Nutrition, 2020; (3) PWC – The Prize of Healthy Food, 2022; (4) Mintel – Global Food and Drinks Trends, 2022
Tags: Produtos Biológicos